DIA DE PENTECOSTES

30-05-2009 09:10

 

O espírito do senhor repousa sobre nós!

Dia 31 de Maio de 2009, a Igreja celebra a festa de PENTECOSTES, convidando-nos a recordar o grande Dom do Espírito Santo e o encerramento do festivo e glorioso tempo Pascal.

Os judeus já comemoravam a festa de Pentecostes. Era uma festa eminentemente agrícola celebrada cinquenta dias após a Páscoa, em acção de graças pelas colheitas. Mais tarde começaram a celebrar em Pentecostes a Aliança, como dom da Lei no Sinai e a constituição do Povo Santo de Deus. Esta festa tinha sido estabelecida por Moisés, para lembrar a libertação do povo judeu do cativeiro do Egipto. Na ocasião, Deus mandou que os hebreus imolassem um cordeiro, ao saírem do Egipto, em direcção à terra prometida... Foi uma pré-figura do Cordeiro de Deus - Jesus Cristo - comemorado na Nova Lei, que viria libertar os homens da escravidão do pecado. No quinquagésimo dia depois da Páscoa, na festa do oferecimento das primícias da colheita - Pentecostes - deu-se à descida do Espírito Santo.

Para nós cristãos “Pentecostes quer significar o Espírito de Deus, que vem habitar em nosso meio, como Nova e Eterna Aliança, na constituição do novo Povo de Deus”. As Escrituras revelam-nos que os apóstolos estão reunidos numa casa quando, de repente, veio do céu um estrondo, como de vento que soprava impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam e o fogo do Espírito reparte-se, em forma de línguas, sobre cada um deles: foram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar várias línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. (At. 2, 1-4) E, saindo do cenáculo começam, publicamente, a falar do Cristo ressuscitado, com grande entusiasmo e sabedoria. É a primeira e grande manifestação missionária da Igreja. E esses primeiros missionários são os doze apóstolos. E o povo espantado questiona-se: “Como os escutamos na nossa língua?” Por obra do Espírito Santo, todos falam uma língua que todos compreendem e que a todos une: a linguagem do amor. Por isso São Lucas apresenta a Igreja como Comunidade que nasce de Jesus, que é animada pelo Espírito e que é chamada a testemunhar aos homens o projecto libertador do Pai.

O Evangelho para esta Solenidade é o de São João que colocou o Dom do Espírito Santo no dia da Páscoa. (Jo 20,19-23) Os Sinais externos: “anoitecer”, “portas fechadas”, “medo” - revelam a situação de uma Comunidade desamparada, desorientada e insegura. Jesus aparece “no meio deles” e deseja-lhes a “PAZ”. E, confia-lhes a Missão: “Como o Pai me enviou, eu VOS ENVIO”. “Soprou”, então, sobre eles e disse: “Recebei o ESPÍRITO SANTO”. 

Nesta perspectiva, Páscoa e Pentecostes são partes do mesmo acontecimento. A preocupação dos evangelistas não foi escrever uma crónica histórica, mas uma catequese sobre o Mistério Pascal e a Igreja. Afirmam a mesma coisa, expressando-se numa linguagem diferente.

O Papa Bento XVI disse que “O Espírito Santo (…) torna os corações capazes de compreender as línguas de todos, porque restabelece a ponte da comunicação autêntica entre a Terra e o Céu. O Espírito Santo é Amor. Mas como entrar no mistério do Espírito Santo, como compreender o segredo do Amor? A página evangélica conduz-nos hoje ao Cenáculo onde, tendo terminado a última Ceia, um sentido de desorientação entristece os Apóstolos. A razão é que as palavras de Jesus suscitam interrogativos preocupantes: Ele fala do ódio do mundo para com Ele e para com os seus, fala de uma sua misteriosa partida e há muitas outras coisas ainda para dizer, mas no momento os Apóstolos não são capazes de carregar o seu peso (cf. Jo 16, 12). Para os confortar explica o significado do seu afastamento: irá mas voltará; entretanto não os abandonará, não os deixará órfãos. Enviará o Consolador, o Espírito do Pai, e será o Espírito que dará a conhecer que a obra de Cristo é obra de amor: amor d'Ele que se ofereceu, amor do Pai que o concedeu. É este o mistério do Pentecostes: o Espírito Santo ilumina o espírito humano e, revelando Cristo crucificado e ressuscitado, indica o caminho para se tornar mais semelhantes a Ele, isto é, ser “expressão e instrumento do amor que d'Ele promana” (Deus caritas est 33). Reunida com Maria, como na sua origem, a Igreja hoje reza: “Veni Sancte Spiritus! Vem, Espírito Santo, enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor!”

O grande Pentecostes continua a acontecer na Igreja. Não só na recepção do Sacramento do Crisma, quando recebemos a plenitude do Espírito Santo para cumprir a nossa missão de discípulos-missionários. O cristão é um enviado: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Para viver e contagiar a PAZ. É um dom precioso e ausente muitas vezes no mundo. Cristo e seu Espírito são fontes de paz para que o mundo creia. Para experimentar o PERDÃO e a MISERICÓRDIA. O perdão e a misericórdia são as atitudes da Igreja diante do mundo. Para ser construtores da COMUNIDADE.

O Espírito de Deus foi derramado em cada um para conseguir a unidade de todos no amor. O Pentecostes, para nós, é a plenitude da Páscoa. É o nascimento da Igreja com a missão de dar continuidade à obra de Cristo através dos tempos, em meio à diversidade dos povos. Por isso nesta grande festa somos chamados a nos enamorar pelo Amor verdadeiro, aquele que o Espírito sopra sobre nós.

 

Vinde Espírito Santo! Que o Espírito do Senhor Repouse sobre nós e nos ajude a sermos discípulos-missionários! Amém!

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