Concerto oferecido ao pontífice Bento XVI

Concerto oferecido ao pontífice Bento XVI

“A música permite sondar o Paraíso e vivenciar a beleza e o bem da criação”. Palavras do Papa Bento XVI, no final do concerto musical que lhe foi oferecido domingo, dia 2.

No início da noite de domingo, no pátio interno da residência apostólica de Castel Gandolfo, o pontífice foi presenteado com um concerto. A orquestra de câmara de Bad Bruchenau (Baviera) executou peças de Bach, Mozart e Benjamin Britten. As peças escolhidas, direccionadas para oboé, tiveram a execução “magistral”, no comentário do Papa, do músico Albrecht Mayer.

Após o concerto, em um breve discurso, o Papa lamentou não poder aplaudir com vigor os músicos, devido à lesão no pulso. Ele afirmou que “foi comovente observar como o fluxo de todo universo da música pode ressoar através de um pequeno instrumento como o oboé”, frisando que “o insondável e o jubiloso, a gravidade e o espirituoso, o grandioso e o simples, o diálogo interior da melodia”. “Eu pensei no quanto é magnífico que uma pequena peça criativa esconda tal promessa, que o músico pode libertar. Isso significa que toda criação está cheia de promessas e que ao homem é dado o dom de folhear este livro de promessas ao menos por um instante”, referiu Bento XVI.

O Papa recordou que se celebrava “o dia da Porciúncula e da milagrosa visão de São Francisco, em que o Senhor lhe permitiu levar o perdão a casa. Francisco, em seguida, expressa aos seus amigos: o Senhor quer que todos tenham o Céu”. “Hoje penso que pudemos transcorrer este momento como uma hora do Céu, observar e ouvir o Paraíso e a beleza incorruptível e a bondade da criação”, disse.

Segundo o Papa, “não se trata de uma fuga da miséria deste mundo e da vida quotidiana”, observando que “só podemos continuar a lutar contra o mal e as trevas se acreditarmos no bem; e podemos acreditar no bem sobretudo se o experimentarmos e vivermos como realidade”. “Nesta hora sondamos o bem e o belo com nosso coração”, afirmou.

AA