Loca do Cabeço: lugar de meditação

Há espaços que merecem uma visita e apreciação específicas. A Loca do Cabeço, na Cova de Iria, onde o Anjo apareceu aos videntes, em 1916, é um desses locais.

As aparições de Nossa Senhora, na Cova da Iria, foram precedidas pelas aparições do Anjo em Aljustrel, mais concretamente na Loca do Cabeço, lugar onde se encontra uma escultura alegórica da autoria de Maria Amélia Carvalheira. É um local paradisíaco. Do alto daquele monte pode avistar-se toda a zona de Aljustrel em frente e à esquerda, e Moimento, do lado direito.

A vista é deslumbrante. Mas para quem subir, e se embrenhar um pouco mais, encontra os restos de um antigo moinho de vento -  de conservação mínima - numa zona virgem, mas bela de vegetação. O que verdadeiramente nos interessa é toda a zona circundante de difícil acesso, devido aos enormes pedregulhos e declives, mas que nos permite ‘um isolamento próprio de um espaço de meditação’.

O silêncio é total, apenas entrecortado pelo ‘cantar’ das aves. Dá-nos uma sensação de bem-estar indescritível. Sinto-me um privilegiado por já haver desfrutado do prazer de passar momentos, que considero únicos, de uma paz interior difícil de descrever. Ali é possível concentrar todos os nossos sentidos, meditando e “falando” com o Senhor daquilo que nos vai na alma.

Naquele espaço - cerca de setenta metros abaixo do monumento ao Anjo - podemos ainda visitar uma loca. Segundo a tradição, era o sítio onde o Francisco se escondia para rezar o terço quando se afastava de sua irmã Jacinta e da prima Lúcia. Toda aquela zona é natureza ainda pura, na qual predominam oliveiras e outras árvores antigas como carvalhos e azinheiras, contribuindo para nos proporcionar um estado de espírito que nos leva a bendizer a criação. Felizmente que foi mantida a ‘rusticidade’ do lugar, o que permite um aproveitamento espiritual a quem o visita e queira “abrir” o seu coração às coisas do Alto.

E, não esquecer “rezar o terço”, como nos pede a Virgem Maria.

AA